As coisas melhores

As coisas melhores são feitas no ar,

andar nas nuvens, devanear,

voar, sonhar, falar no ar,

fazer castelos no ar 

e ir lá para dentro morar,

ou então estar em qualquer sítio só a estar,

a respiração a respirar,

o coração a pulsar,

o sangue a sangrar,

a imaginação a imaginar,

os olhos a olhar

(embora sem ver),

e ficar muito quietinho a ser,

os tecidos a tecer,

os cabelos a crescer.

E isso tudo a saber

que isto tudo está a acontecer!

As coisas melhores são de ar

só é preciso abrir os olhos e olhar,

basta respirar.

Manuel António Pina

Mixórdia de Temáticas

Para quem, como eu, gostava de se levantar bem disposta e cheia de genica, mas precisa de um guindaste para sair da cama todas as manhã, tem nas manhãs da comercial um incentivo bestial.

Hoje, no dia em que nasceu mais um bebé, foi precisamente sobre esse tema que o Ricardo falou na Mixórdia de Temáticas.

Aqui fica, em honra dos pais babados, para que inebriados com as suas crias, não percam o senso. Hilariante!

Natal Português

Daqui a um mês é Natal!

Aqui estamos sempre de olho bem aberto ao que para aí se diz e escreve. Ora, corre nos facebooks e por este mundo virtual afora um apelo a que neste Natal as compras sejam feitas no pequeno comécio e de produtos nacionais ou artesanato português.

Contem connosco!

"Façamos o seguinte para o Natal: Compremos os presentes a pequenas empresas e artesãos: À vizinha que vende por catálogo ou pela internet, a artesãos que conheçamos, à amiga que tem uma loja no bairro, ao pasteleiro que faz os doces artesan

ais, ao rapaz que tem uma banca no mercado... Façamos o dinheiro chegar às pessoas comuns e não às grandes multinacionais. Assim haverá mais gente a ter um melhor Natal."

Descubram as diferenças

Serei a única a achar alguma semelhança entre o penteado da nossa presidente da Assembleia da República Dra. Assunção Esteves e a Maitena (autora destes famosíssimos livros)?

Por enquanto

Este blog tem potencial, eu sei que tem. E não está a ter o tratamento que merece. Mas há alturas em que o tempo para ter ideias é maior que o tempo para as por em prática. Porque as ideias podem ter-se em qualquer altura, em qualquer lugar, inspiradas por qualquer coisa. Mas aplicá-las aqui requer tempo para escrever textos, recolher imagens, diversificar conteúdos. E também porque a verdade é que troco facilmente o tempo de aqui vir por uma conversa de café com amigos ou uma gargalhada ao vivo. 

Gostava que este blog fosse uma coisa mais à séria. Mas por enquanto, faz-se o que se pode. Lá chegaremos. Um dia.

Amadeo de Souza Cardoso

Clown-cavalo-salamandra

De Amadeo de Souza Cardoso, uma das maiores  referências da pintura modernista em Portugal. Um pintor que faria hoje 125 anos.

♥

O problema com o amor, como com quase todos os substantivos abstractos, é que para o definir é preciso senti-lo, e nessa altura estamos demasiado ocupados para pensar.

                                                                                          in A instrução dos amantes, de Inês Pedrosa

Divisão de tarefas

- Eu sou uma menina do mar. Chamo-me Menina do Mar e não tenho outro nome. Não sei onde nasci. Um dia uma gaivota trouxe-me no bico para esta praia. Pôs-me numa rocha na maré vaza e o polvo, o caranguejo e o peixe tomaram conta de mim. Vivemos os quatro numa gruta muito bonita. O polvo arruma a casa, alisa a areia, vai buscar a comida. É de nós todos o que trabalha mais, porque tem muitos braços. O caranguejo é o cozinheiro. Faz caldo verde com limos, sorvetes de espuma, e salada de algas, sopa de tartaruga, caviar e muitas outras receitas. É um grande cozinheiro. Quando a comida está pronta o polvo põe a mesa. A toalha é uma alga branca e os pratos são conchas. Depois, à noite, o polvo faz a minha cama com algas muito verdes e muito macias. Mas o costureira dos meus vestidos é o caranguejo. E é também o meu ourives: ele é que faz os meus colares de búzios, de corais e de pérolas. O peixe não faz nada porque não tem mãos, nem braços com ventosas como o polvo, nem braços com tenazes como o caranguejo. Só tem barbatanas e as barbatanas servem só para nadar. Mas é o meu melhor amigo. Como não tem braços nunca me põe de castigo. É com ele que eu brinco. 

                        

                                  in A Menina do Mar de Sophia de Melo Breyner, que faria hoje 93 anos

O meu selo

O meuselo é um serviço dos CTT que permite criar selos personalizados com imagens próprias ou textos à escolha. Uma ideia que permite criar selos únicos e usar a criatividade para por exemplo divulgar uma marca ou um produto, surpreender os amigos a comunicar um evento, um casamento, aniversário ou baptizado, ou para divulgar aquela fotografia que tanto nos orgulha.

Uma ideia original que tem aqui tudinho explicado passo a passo.

Carolina Beatriz Ângelo

Carolina Beatriz Angelo foi a primeira mulher portuguesa a votar.

Nascida na Guarda, licenciou-se em medicina em Lisboa e foi a primeira mulher portuguesa a operar no Hospital de São José.

A primeira lei eleitoral da República Portuguesa permitia o voto aos «cidadãos portugueses com mais de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família». Viúva e com uma filha para criar, Carolina Beatriz Angelo entendeu que tendo a qualidade de chefe de família também deveria ter direito a votar porque "cidadãos" abrangia homens e mulheres. Uma decisão judicial deu-lhe razão, e a 28 de Maio de 1911 foi a primeira mulher a votar nas eleições para a Assembleia Constituinte.

Esta graça levou a uma alteração na lei, e as mulheres tiveram de esperar até 1931 para poder votar.